Resenha: Mitologia Nórdica (Neil Gaiman)

Minha nota: 
Nome: Mitologia Nórdica
Autor(a): Neil Gaiman
Editora: Intrínseca
Livro no Skoob

Mitologia é algo surreal, fruto de mentes e culturas criativas, detalhada de forma espetacular para que seus mitos sejam cada vez mais exorbitantes e chamativos. Mitologia é algo que convivemos diariamente, é uma coisa realmente dos deuses! Quem não conhece uma mitologia?

Com o intuito de demonstrar transparência nos mitos nórdicos, Neil Gaiman recontou a sua mitologia favorita neste livro, de maneira que tudo ficasse muito didático e o mais perto da originalidade dos mitos possível. Óbvio que ele bebeu de várias fontes e, como qualquer mito, essas fontes têm variações, portanto ele resolveu contar a sua maneira.

Dividido em partes, o livro começa nos apresentando os personagens. Algumas figuras da mitologia escandinava não possuem detalhes, pois foram perdidas e esquecidas através da história. No início, tudo que se existia era um mundo feito de névoa e um mundo feito de fogo, Niflheim e Muspell respectivamente. No centro deles começou a se formar o tudo, todos os mundos.

Entre os nove mundos havia Midgard, o mundo dos humanos que conhecemos e vivemos, cercado pelos cílios do gigante Ymir e repleto de paisagens prontas para receberem vida. Foi aí que Odin, o pai de todos, deuses e humanos, criou a vida em Midgard.

Depois daí começamos a adentrar ainda mais no universo dos Vanir e Aesir, deuses que criaram um acordo de paz entre si. Sempre soubemos da existência de Mjörnir, o grandioso martelo de Thor, mas é em uma das histórias que sabemos como o deus dos raios conseguiu adquirir tal tesouro, através de uma disputa de anões que fizeram tesouros para os principais deuses. Tudo isso devido a algo que Loki fizera, ou seja, se não fosse o deus da trapaça, Thor não teria seu martelo.

Neil consegue nos trazer mais a fundo sobre alguns ícones da mitologia nórdica que são comumente conhecidos, os tesouros dos deuses são alguns deles. Ao decorrer da narrativa a gente consegue decifrar as personalidades de cada deus mencionado, de acordo com seus atos e costumes. Outra história que passamos a conhecer é sobre a construção do grande muro que protege Asgard de quaisquer criatura, desde uma minúscula formiga até o maior dos gigantes.

Os filhos de Loki, então, deus da trapaça, são nascidos de uma traição com uma gigante chamada Angrboda. Na verdade ele já tinha filhos, mas esses outros seriam uns dos responsáveis, muitos anos depois, pelo fim dos nove mundos, a destruição dos deuses e de tudo que conhecemos. Seria o famoso Ragnarök, destino final dos deuses de Asgard.

Os três filhos de Loki eram Hel, Jörmungund e Fenrir, todos eles foram levados pelos deuses. Hel virou a deusa dos mortos desonrados, rainha do mundo inferior. A deusa possuía metade do corpo morto e enrugado, já a outra metade era viva. Jörmungund virou a grande serpente dos oceanos, onde vive no interior de Midgard, terra dos mundanos. Por fim, e mais perigoso de todos, havia Fenrir, o imenso lobo que lutaria contra os deuses e engoliria o sol e a lua no fim dos tempos. Esse foi preso com Gleipnir, uma corda especialmente feita para que nem mesmo ele conseguisse destruí-la.

Após os filhos de Loki, o próprio deus também foi acorrentado, algum tempo depois, quando fez coisas que irritaram os deuses e ocasionou a morte de alguns deles. Loki ficou preso em uma caverna escura, amarrado com as entranhas de um dos seus filhos e com uma serpente acima da sua cabeça derramando veneno em seu rosto, deixando-o cada vez mais fraco.

Eis que então chega o tão comentado fim dos tempos. O Ragnarök estará prestes a começar quando o mundo estiver sucumbindo em chamas, água e escuridão. Os deuses, os guerreiros einherjar e todos os seus inimigos irão para o campo de batalha chamado Vigrid, onde tudo acabará... ou será que vai ser apenas mais um giro da existência?

De forma sucinta e redonda, Gaiman consegue construir sua narrativa em torno da mitologia escandinava, além de uma cronologia que faz sentido, embora os contos não sejam totalmente interligados. É tudo muito lindo e apreciativo para os curiosos e admiradores de mitologia. Uma fonte inesgotável de fantasia é o que eu posso dizer deste livro.

Marlon Gonçalves

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