Resenha: Matéria Escura (Blake Crouch)

Minha nota: 
Nome: Matéria Escura
Autor(a): Blake Crouch
Editora: Intrínseca
Livro no Skoob

Vocês já pararam pra pensar em como nossa realidade vem cada vez mais rápido evoluindo de uma forma que pode parecer fascinante para algumas pessoas, mas que para outras pode ser terrivelmente assustador? E se já existir tecnologia capaz de voltar no tempo ou de viajar anos-luz em uma velocidade inimaginável? Existem muitas teorias sobre o nosso futuro, será que estamos mais próximos delas do que imaginamos?

Jason Dessen é um físico nuclear que fez escolhas como qualquer pessoa da vida real. Mas agora ele se pergunta se essas eram as escolhas certas, as que ele de fato queria tomar. Ele deixou um futuro promissor para se casar e construir uma família, e agora é um simples professor de física numa pequena faculdade.

Seria ele um fracassado? O que o tinha levado até aquele ponto? Ele era feliz com as escolhas dele? Tudo parecia uma realidade que deveria ser aceita, independente de arrependimentos. O que passou, passou, e os caminhos tomados jamais teriam uma oportunidade nova de serem tomados, pelos menos não da mesma forma.

Em uma pacata noite em família, Jason deixa sua casa por apenas algumas horas, com a promessa de que retornará em breve. Aquela era a noite que seu amigo, Ryan Holder, estava comemorando um grande prêmio recebido. Ele e Ryan eram colegas, Jason tinha grandes projetos de pesquisa na área da física, mas acabou perdendo seu financiamento quando começou a construir uma família.

Não foi apenas para Jason que o futuro familiar acabou com outros sonhos, mas também para sua mulher, Daniela Vargas, que tinha tudo para ser uma renomada artista. Mesmo com todos esses rumos tomados pelas vidas deles, ambos não se arrependem de suas decisões. Eles apenas sentem uma saudade estranha do que nunca tiveram, do que poderiam ter tido, caso nem tivessem se conhecido.

Na volta para casa, naquela noite que parecia calma demais, Jason é surpreendentemente abordado por um homem com uma máscara de gueixa que quer supostamente sequestrá-lo. Ele fica desnorteado, sem saber o porquê daquilo estar acontecendo com ele. Porém, com uma arma apontada para sua cabeça, o professor apenas segue o caminho que lhe é guiado.

Sem nenhuma resposta, o pobre Jason é deixado completamente inconsciente em um lugar que ele não faz ideia de onde seja. Até que de repente ele acorda em um laboratório e tudo parece ter voltado ao "normal". Uma realidade que não é tão normal assim para ele, algumas coisas parecem bem diferentes e pessoas que ele não conhecia estavam tratando-o como um velho conhecido.

Jason agora está em uma base secreta, sabe-se lá de quê. A única coisa que ele sabe é que a vida que ele tinha fora tomada dele e aquela não parecia a narrativa da vida que ele lembrava ter. Teria ele vivido um sonho na sua cabeça esse tempo todo e nada do que conhecia era real? Talvez um distúrbio ou algum tumor no cérebro. Não. Não. Não. Ele não poderia deixar que sua mente acreditasse naquilo, pelo contrário, ele precisava descobrir o que estava acontecendo e tentar consertar.

Sua vida não é mais sua vida. Sua casa está diferente, sua esposa não existe, seus amigos tiveram futuros diferentes. O próprio Jason é dono de uma vida que ele não lembra de ter vivido e o mais estranho é que todos nela parecem cientes de que tudo está normal. Mas não está e ele sabe disso.

Ao acessar documentos e pesquisas supostamente feitas por ele, o físico começa a cavar cada vez mais sobre essa realidade em que foi inserido. A que ponto suas pesquisas haviam chegado? Quão avançadas estavam para que tudo aquilo fosse tecnicamente possível? Estaria ele em um novo mundo, uma realidade paralela? Se sim, como ele poderia reverter a situação, visto que ninguém mais acreditaria nele?

Jason precisa incorporar uma vida que é dele e não é ao mesmo tempo. É isso ou ser morto pelos próprios companheiros. Enquanto essa realidade é contada, há o ponto de vista de outra realidade se desenrolando normalmente e podemos acompanhar o andamento dos dois lados até o físico conseguir respostas suficiente para resolver o seu problema.

A escrita do Blake é um pouco nova para mim, sua narrativa é bastante quebrada e isso talvez tenha deixado a história um pouco cansativa de ser lida. Entretanto, essa técnica talvez tenha sido boa para intensificar certas cenas de ação e deixar a gente um pouco mais sem fôlego do que costumaríamos ficar. Nunca li outros livros do autor, portanto não sei dizer se isso é uma marca poética dele, é provável que sim, mas pretendo ler outros livros do Blake, tais como a trilogia Wayward Pines.

Marlon Gonçalves

Nenhum comentário:

Postar um comentário